Hoje venho falar
de um assunto um pouco temido por uns e que deixa saudades a outros. São as
praxes. Está na altura de se candidatarem aos institutos superiores e uma das dúvidas
que surge neste momento são as praxes. Como são, se vale a pena, se devem ou não
participar. Eu já fui praxada e por isso decidi deixar o meu ponto de vista
neste texto.
Começo por dizer
que, como a maioria deve saber, as praxes divergem de universidade para
universidade, de curso para curso. Há praxes mais puxadas que outras, mais
divertidas que outras. Mas tenho a dizer que a minha experiência é bastante
positiva.
Digo-vos que eu
sempre fui muito tímida e envergonhada, pensava que não me ia sentir bem nas
praxes, que ia acabar por desistir, mas não. Fui para lá com espírito de
brincadeira e a pensar que não era a única naquela situação e posso dizer que
ajudou para que crescesse um pouco, ajudou-me a ser uma pessoa melhor.
Também sentia
receio de que se não participa-se nas praxes ia acabar por ser posta de lado. Mas
isso ali não acontecia. Mesmo quem não quis ser praxado nunca foi posto de
lado, pelo contrário, eramos todos unidos, quer caloiros, quer praxantes. Ninguém
é obrigado a nada. Mesmo quem é praxado pode dizer “não” a algumas atividades. Isto
é uma coisa que muitos caloiros não sabem, eu própria não sabia, mas é verdade.
E caso obriguem podem sempre fazer queixa. Não é preciso ter medo de nada. Se bem
que, confesso, às vezes podem meter um pouco de medo. Claro que também não podem
ir para la dizer que não a tudo, para isso mais vale desistir das praxes. Estamos
ali todos para brincar, para nos conhecermos, para integrar os nossos alunos. E
sim as praxes servem para integrar, visto que a maioria de nós vai para lá sem
conhecer nada nem ninguém e são os alunos mais velhos, neste caso os praxantes,
que nos vão ajudar. Mas não ajudam apenas a integrar. É com as praxes que
também vão conhecer outras pessoas de outros grupos, o que pode ser muito bom. Experimentem
por ou menos, só assim podem saber se gostam ou não. Caso não gostem podem sempre
desistir.
A duração das
praxes também depende de universidade para universidade. Há as que duram apenas
duas, três semanas e depois têm praxe uma vez por semana até à semana académica,
as chamadas quintas-feiras negras, pelo que eu já ouvi falar.
Eu andei num politécnico
e lá as praxes são cinco, seis semanas de praxe, de segunda a quinta depois também
podem ou não fazer essas quintas-feiras negras caso a comissão de praxe queira.
Eu não tive.
Onde andei a
hierarquia é simples. Os de primeiro ano são caloiros e passam a académicos no
dia da serenata, ou seja, o dia que trajam pela primeira vez, esta é realizada
em Março/Abril na semana académica. Os caloiros só podem ser praxados por quem
tiver o dobro das matrículas que ele, ou seja, no mínimo três, e estes são chamados
de doutores ou veteranos se possuírem mais de três matrículas. Contudo existem
universidades que os de segundo ano já podem praxar ou que os caloiros têm
outros nomes.
Posso também dizer
que as atividades que se costumam realizar é “encher” ou seja, flexões, também se
realizam jogos e vários tipos de brincadeiras. E atenção, há pessoas que não podem
“encher” por algum motivo de saúde, não se preocupem podem ir as praxes à
mesma. Os praxantes perguntam se há alguém que possa fazer algum tipo de
atividade ou se são alérgicos a alguma coisa, caso não perguntem informem. Existem
também as praxes temáticas, por exemplo, a noite de azeiteiro, uma das que eu
participei, onde tínhamos de ir vestidos o mais parolos possível, calças ao contrário,
meias de fora, sapatos diferentes, coisas desse género, cabia à imaginação de
cada um. É estranho sair à rua assim mas acreditem é muito divertido e vale
mesmo a pena. Também existe a praxe do pijama, do penteado, do avesso, depende
de cada comissão de curso.
Para acabar este
texto, que já está longo, só tenho a dizer que as praxes são uma coisa ótima
para nós. Ajuda-nos em muita coisa e não só a ser integrado no curso e na instituição
como também nos ajuda a nós próprios. As praxes basicamente são brincadeiras,
mas não se esqueçam das ratoeiras que podem existir. Entrem no espírito e
divirtam-se, pois na altura pode parecer que não vão sentir saudades nenhumas
daquilo, mas a verdade é que quando acaba as saudades realmente surgem. É um
orgulho vestir o traje da nossa instituição e o dia da queima é simplesmente
maravilhoso. Acreditem vale mesmo muito a pena. Não digam que não sem
conhecerem, experimentem primeiro e tirem as vossas próprias conclusões depois.
Obrigada por passares também no meu blog e deixares um comentário tão querido :) .
ResponderEliminarQuanto ao teu post: concordo contigo. Há praxes melhores que outras. Pessoalmente fui praxada umas poucas vezes só para experimentar aquilo, mas realmente não era uma coisa para mim. No entanto não me obrigaram a continuar. Acho que os caloiros devem ter isso em mente :) Pelo menos experimentar, caso não gostem, sempre podem desistir.
Agora no quanto deixar de parte.. parece que o sítio onde andaste tem uma moral melhor.. eu decidi não ir à praxe e fui completamente posta de lado.
O lado bom é como tu disseste, cada instituto superior tem uma perspectiva diferente, e ainda bem que o teu não abandona os caloiros :/